domingo, 16 de novembro de 2008

Desenvolvimento Local, no local!

Minha maratona em torno de temas socioambientais em diversas partes do Brasil me trouxe agora a Cuiabá, onde está acontecendo a Expo Brasil, Desenvolvimento Local. É a 7ª edição do evento que tem três dias e centenas de atividades acontecendo paralelas com quase 9 mil inscritos. Ontem no espaço Central de Eventos do Pantanal, havia muita gente. Não saberia dizer quantas pessoas, mas muito mais do que tenho visto em eventos para discutir desenvolvimento sustentável em qualquer outro local do Brasil. Entre os patrocinadores, um é o de sempre, a Petrobras. Mas tem outros, como Sebrae, Banco do Nordeste, Furnas, Eletronorte e Banco da Amazônia.

Independente de quem está pagando, o evento me pegou de surpresa. Minha fala, às 17 horas de um dia que começou para os participantes às 7h30 da manhã, e sobre um tema mais técnico (Desafios Socioambientais no Brasil e o Papel da Comunicação) tinha certamente mais de 250 pessoas na sala, que ficaram até o final e ainda participaram de uma sessão de perguntas ( http://www.expobrasil.org.br/?q=pt-br/node/161 ). Muita gente interessada, gente que está trabalhando para criar alternativas de desenvolvimento local em lugares que a gente da cidade grande muitas vezes nunca ouviu nem falar.

Numa conversa com um jornalista da equipe da organização, que gravou uma entrevista comigo, falávamos sobre a importância de um evento como este. Pensei com meus botões sobre o papel dos eventos? O que eles devem representar para os participantes em termos de oferta de informação e interlocução? Tenho visto muitos eventos que são realizados em grandes centros do Sul/Sudeste com uma proposta de levar informação e conhecimento ao grande público. Recentemente a Envolverde mesmo realizou o Encontro Latino-Americano de Comunicação e Sustentabilidade, com a presença de 42 palestrantes e um nível de debates realmente muito elevado. Mas quantas pessoas foram? O auditório do Hotel Jaraguá no centro de São Paulo comportava 320 pessoas. Na média estavam cerca de 200 todo o tempo. Muitos lugares desocupados. E a opção de fazer em São Paulo era justamente para facilita o acesso das pessoas.

Em Cuiabá o evento é fora do eixo Sul/Sudeste, está lotado e tem salas onde depois de começar as palestras não pode entrar mais gente porque se esgotaram os lugares. Quem são estas pessoas ávidas por conhecimento e troca de informações? São pessoas que estão efetivamente trabalhando pelo desenvolvimento local em seus locais. Que precisam olhar em volta e ver que não estão sozinhas, que tem mais gente fazendo a mesma coisa, só que em outros locais. É gente buscando força em seus iguais. Estar na vanguarda é muito solitário. Quase não se vê ninguém à frente e do lado. A maioria está lá atrás.

Diante disso preciso fazer uma outra reflexão e mudar de idéia. No ano passado, em Porto Alegre, durante o II Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, defendo que a terceira edição fosse em Brasília em 2009. Os argumento eram os de praxe: mais público, estar perto do poder, facilidades de logística e organização. Eu estava errado. Venceu a proposta por Cuiabá. Hoje estou convencido de que fazer o III Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental em Cuiabá é uma grande idéia e uma forma de buscar mais integração entre a prática do jornalismo e a prática do desenvolvimento sustentável. Um dia os escritórios da Avenida Paulista vão entrar na luta pela sustentabilidade para valer, além do marketing e dos discursos. Enquanto isso vamos mostrar mais sobre desenvolvimento local e sustentável de verdade.

Saiba mais sobre a Expo Brasil em: www.expobrasil.org.br


Adalberto Wodianer Marcondes
Blog da Envolverde, 13/11/08


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