quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Sichuan leiloará doações rejeitadas por vítimas de tremor

Cerca de 60 toneladas de roupas que foram doadas às vítimas do terremoto na Província chinesa de Sichuan irão a leilão no próximo sábado (30), porque as vítimas não precisam mais de roupas
Arte Folha Online

Segundo informou a imprensa estatal chinesa nesta quarta-feira, as autoridades da Província disseram que não há mais espaço para armazenar as doações excedentes.

"As pessoas simplesmente largam (as roupas) no chão e vão embora", disse ao jornal "China Daily" Zhao Linjiang, chefe do depósito central de Chengdu, capital da Província.

Segundo Zhao, Sichuan recebeu cerca de 2,5 milhões de peças de vestuário desde maio --total que equivale a todas as doações feitas nos três anos anteriores ao do terremoto.

"Uma semana após o terremoto nós dissemos às pessoas que parassem de mandar roupas usadas, mas elas continuaram a chegar", afirmou Zhao.

O terremoto, que atingiu a Província de Sichuan no dia 12 de maio, matou cerca de 67 mil pessoas e deixou aproximadamente 5 milhões desabrigadas.

Armazenagem
As autoridades dizem que o governo está gastando recursos para armazenar as roupas em excesso.

Segundo números citados pela imprensa estatal, mais de US$ 34 mil (cerca de R$ 55 mil) já foram destinados ao aluguel de espaço extra para armazenar as peças.

"Uma vez que os armazéns lotaram, tivemos de alugar uma quadra de badminton para estocar as roupas", contou Li Huarong, chefe do Departamento de Assuntos Civis do distrito de Qingbai, na capital Chegdu.

A verba arrecadada com o leilão de sábado será revertida para projetos de reconstrução nas áreas afetadas pelo terremoto.

Segundo Zhao Linjiang, um relatório enviado ao Departamento de Assuntos Civis de Chengdu sugeriu que 500 mil das 2,5 milhões de peças estocadas sejam recicladas.

As roupas virariam recheio de colchões e esfregões de pano, ao custo de 1,7 milhão de yuans (R$ 400 mil). O restante das peças seria esterilizado e distribuído.

O governo não informou se adotará a sugestão de reciclagem, mas reforçou que está estudando a melhor forma de lidar com o excedente em doações.


Marina Wentzel, da BBC, em Hong Kong
Folha Online, 27/08/08


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