terça-feira, 15 de abril de 2008

Com venda recorde, GVT lucra R$ 31,1 milhões

A boa trajetória apresentada pela GVT desde o ano passado estendeu-se no primeiro trimestre de 2008, quando a operadora de telefonia registrou lucro líquido de R$ 31,1 milhões.

Com isso, a empresa reverteu o prejuízo de R$ 60,2 milhões que havia contabilizado entre janeiro e março do último ano. O resultado foi sustentado pelo recorde nas vendas de telefones fixos e de banda larga.

De janeiro a março, a operadora adicionou à sua base 52,6 mil linhas fixas nos segmentos residencial e corporativo, 75,3% acima do volume comercializado no mesmo período de 2007. As vendas de acessos de banda larga subiram 97,8%, para 46,7 mil.

"O número de linhas que vendemos no primeiro trimestre equivale a 45% do que vendemos em todo o ano passado", disse o presidente da operadora, Amos Genish, numa entrevista por telefone, ontem à noite.

A receita líquida da GVT totalizou R$ 290,2 milhões no primeiro trimestre, o que representa alta de 34,7% sobre o mesmo período do ano passado. Os crescimentos mais expressivos, em termos percentuais, foram verificados nos segmentos de banda larga e de serviços de voz sobre protocolo de internet (voz sobre IP). No entanto, a telefonia local ainda é o item mais significativo no faturamento, contribuindo com R$ 144,7 milhões.

O lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação e amortizações subiu de R$ 74,2 milhões no primeiro trimestre do ano passado para R$ 107,2 milhões no mesmo período do exercício atual.

Genish atribuiu o desempenho da GVT a três fatores: a expansão da rede da operadora (o que lhe permitiu atuar em novas localidades), a competitividade de seus produtos e a atividade econômica aquecida. "Não há dúvidas de que a melhora na economia tem aumentado o poder de compra da população", disse.

O executivo israelense afirmou ter notado uma mudança no perfil de consumo. Segundo ele, 80% das vendas já são de pacotes que incluem serviços de voz e banda larga. "Cada vez mais, as pessoas estão vendo o acesso à banda larga como uma necessidade, e não um artigo de luxo", observou. Por isso mesmo, a aposta de Genish é de que a crise das hipotecas americanas, se desembarcar por aqui, terá impacto limitado no setor de telecomunicações, que ele classificou como sendo de "necessidade diária".

As demonstrações financeiras da GVT incluíram, pela primeira vez, os resultados da Geodex - provedora de infra-estrutura para telecomunicações que foi adquirida no fim de 2007. Os números dessa companhia, no entanto, mudaram pouco o resultado consolidado.

A GVT investiu R$ 147,2 milhões entre janeiro e março. A empresa prevê, para 2008, desembolsos de 15% a 20% superiores aos R$ 566 milhões que foram feitos no ano passado. Para reforçar o caixa, a operadora conta com a liberação, no início do segundo semestre, de um pedido de empréstimo de R$ 500 milhões feito ao BNDES.

Boa parte dos investimentos será aplicada na ampliação da rede da operadora. A GVT surgiu como empresa-espelho da Brasil Telecom (BrT), para atuar no Centro-Sul do país. Entretanto, com a entrada em Belo Horizonte, no ano passado, a operadora deu início a um plano de expansão para outras áreas, onde atuam como concessionárias a Oi e a Telefônica.

Genish disse não acreditar que a provável compra da BrT pela Oi terá impacto para a GVT. "Acreditamos que será neutro", afirmou.

Talita Moreira
Publicado pelo
Valor Online em 15/04/08


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