quinta-feira, 5 de julho de 2007

Novos cursos focam a economia no direito e nas políticas públicas

Stela Campos
Publicado pelo
Valor Online em 04/07/07

Yoshiaki Nakano, diretor da Escola de Economia da FGV, quer mais rigor na seleção dos alunos na graduação e no mestrado
(Foto:Carol Carquejeiro / Valor)

A Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas está lançando para o próximo ano dois novos cursos de mestrado profissional. O primeiro é sobre economia e políticas públicas e o segundo relaciona economia e direito. Desde o seu lançamento em 2004, a escola oferecia apenas um mestrado profissional dirigido a área de finanças e economia empresarial.

A decisão de ampliar o número de mestrados profissionais está relacionada ao fato da escola hoje estar com seu curso de graduação mais consolidado. "Estamos formando a primeira turma no fim do ano", comemora o diretor Yoshiaki Nakano, ex-secretário da Fazenda de São Paulo. Dos 50 estudantes que começaram a graduação, apenas 30 receberão o diploma. "Tivemos reprovações e algumas desistências. Nosso curso não é fácil", diz o diretor. Os estudantes têm aulas tempo integral e só podem fazer estágio no último ano.

No vestibular, a procura já chega a 13 candidatos por vaga. "Estamos fazendo ajustes para apertar ainda mais a prova", diz Nakano. O "aperto" também será aplicado a algumas disciplinas do curso, segundo o diretor. "Queremos apenas os melhores alunos e sabemos que já existe uma seleção natural".

O mesmo rigor na admissão, segundo Nakano, é aplicado aos mestrados profissionais. O objetivo é atrair executivos mais seniores, com 5 a 8 anos de atuação no mercado. Para ingressar no curso, eles precisam prestar o GMAT ou o GRE, exames de seleção utilizados pela maioria dos cursos de MBA internacionais, que testam conhecimentos de administração em inglês. "No nosso caso, não existe nota de corte porque o exame já é bem seletivo", explica.

Além das provas, os interessados passarão por entrevista e terão seus currículos analisados pela escola. "Procuramos pessoas no meio da carreira com vontade de fazer um curso mais sofisticado que um MBA", explica Nakano. "No mestrado profissional não damos soluções prontas como acontece nesse tipo de curso".

O mestrado profissional é stricto sensu e exige a apresentação de uma dissertação no fim do curso. Ele é aprovado pela Capes e concede o título de mestre. O aluno tem nove horas de aulas semanais e três de atividades práticas, com exercícios e discussões de casos. O estudante frequentará a escola duas noites e também aos sábados. No total, serão 675 horas em classe dedicadas ao estudo.

O conteúdo do mestrado em economia das políticas públicas, segundo Nakano, foi elaborado depois de dois anos de discussão entre os professores da Escola de Economia. Ele terá um enfoque mais político do que administrativo, como acontece nos cursos mais tradicionais de administração pública.

"Não falaremos sobre questões burocráticas das instituições, como elaboração de orçamentos e a gestão de recursos humanos", explica Nakano. "O objetivo é que os alunos dominem métodos quantitativos para desenvolver e avaliar políticas públicas", diz. Instrumentos analíticos, segundo ele, podem ajudar o profissional a medir, por exemplo, a qualidade do ensino e seu impacto num estado ou país.

Para Nakano, o curso pode ser útil tanto para políticos como para pessoas interessadas em questões sociais e Organizações Não Governamentais (ONGs). A inspiração do mestrado veio dos cursos "Master in Public Policy", criados na década de 1960, adotado por diversas escolas americanas como a John F. Kennedy School of Goverment da Universidade de Harvard e a Goldman School of Public Policy da Universidade da Califórnia.

Já o mestrado profissional em economia e direito foi desenhado para economistas e juristas. "As duas áreas se conversam cada vez mais e eles precisam falar a mesma língua", explica Emerson Ribeiro Fabiani, coordenador executivo da Escola de Direito de São Paulo da FGV. "Forneceremos ferramentas instrumentais para ajudar nesse diálogo", diz.

Os alunos desse mestrado estudarão desde microeconomia e estatística até a constituição econômica do direito. A elaboração do conteúdo foi fruto de uma parceria entre a Escola de Economia e a Escola de Direito de São Paulo, que começou a funcionar em 2005. A procura pelo curso de graduação em direito hoje está em torno de 20 candidatos por vaga. "O índice de reprovação também é alto", diz Fabiani.

Mais informações no site: www.fgvsp.br/vestibulares


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