quinta-feira, 31 de maio de 2007

Transparência no relacionamento com as empresas

Jamile Chequer
Publicado pela Agência Ibase em 25/05/2007

O Ibase acaba de finalizar a redação do Código Interno de Relações com Empresas. O documento é uma antiga intenção da instituição que há muito trabalha com o tema da responsabilidade social das empresas.

O código foi acordado, principalmente olhando o futuro e a possibilidade de estabelecer parcerias políticas entre Ibase e algumas empresas. Ainda que essa não seja uma relação preferencial da instituição, ela pode acontecer. “Por isso, o código é fundamental, por ser um código de conduta”, diz o diretor geral do Ibase, Cândido Grzybowski.

Ele também faz parte do esforço institucional de se tornar cada vez mais transparente. Para a diretora Dulce Pandolfi, “é fundamental para uma instituição como o Ibase, que procura pautar sua atividade pela transparência e tem como objetivo interferir no debate público, ter um código público de relacionamento com as empresas".

Por ser uma organização com fins públicos – que utiliza recursos públicos nacionais e internacionais– e com posicionamentos políticos em que externa a necessidade da construção da democracia, do combate as desigualdades e estimula a participação cidadã, o Ibase quer deixar claro quais são os seus critérios para se relacionar com as empresas. O código de relações vai dar segurança a partir de princípios muito bem estabelecidos. “Foi por isso que declaramos não nos relacionarmos com empresas que tenham trabalho escravo ou que produzam armas, por exemplo. Elas são uma contradição aos princípios do Ibase”, afirma o diretor João Sucupira.

O Ibase nasceu em um segmento em que as empresas são vistas mais como parte do problema do que como parte da solução. O fato de a instituição ter esse código, que abre a possibilidade de relações com empresas, não significa que essa visão tenha mudado totalmente. Mas que o Ibase acredita que o norte das empresas devem ser os bens e serviços que produz para a sociedade e não o lucro. “É isso que nos leva a aceitar que temos relações a fazer, alguns pontos em comum, como o de construir sociedades mais justas”, diz Cândido.

Claro que não há como ter controle sobre todas as cadeias produtivas. “O código é sobre o conhecido, não somos uma instituição de investigação. Mas deixamos claro que, uma vez sabido que certa empresa com a qual nos relacionamos, por exemplo, tem trabalho infantil etc, nos damos o direito de romper nossas relações, porque não concordamos e não vamos corroborar com isso”, alerta Cândido.

Para ele, o código é um ganho institucional que significa uma expressão do amadurecimento de uma cultura política. “Ele tenta transformar os princípios e valores que defendemos em uma norma de conduta prática, operacional." “Considero o código um avanço, assim como foi a publicação do nosso balanço social. Estamos mostrando publicamente que temos princípios para nos relacionar com empresas”, finaliza João Sucupira


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