terça-feira, 8 de setembro de 2009

Unesco examina candidatos a diretor em meio a polêmica

A Unesco (organização da ONU para a educação, ciência e cultura) começou a examinar as candidaturas para seu futuro diretor geral, nesta segunda-feira, em Paris, em meio a uma polêmica pelas acusações de antissemitismo lançadas contra o egípcio Faruk Hosni, favorito ao cargo, que está sendo disputado por mais oito pessoas.

O cargo será definido em 17 de setembro, após uma votação de no máximo cinco turnos, antes da 35ª Conferência Geral da organização, que reunirá em outubro seus 193 países membros.

Faruk Hosni, ministro da Cultura do Egito há 20 anos, que tem o apoio da Liga Árabe, da União Africana (UA) e da Organização da Conferência Islâmica (OCI), pode se tornar o primeiro diretor geral árabe da Unesco, segundo uma regra não escrita sobre a alternância regional no comando da organização.

Mas as declarações de Hosni no Parlamento egípcio em 2008, segundo as quais ele queimaria os livros em hebreu de todas as bibliotecas de seu país, geraram uma forte polêmica.

Em artigo publicado em maio passado pelo jornal francês Le Monde, intelectuais de vários países, entre eles o Prêmio Nobel da Paz, Elie Wiesel, denunciaram a vergonha de um "naufrágio anunciado" da Unesco, e acusaram Hosni de ter dado declarações infelizes contra os judeus.

Segundo Wiesel, o ministro egípcio teria considerado a cultura israelense "desumana" e denunciado em 2001, para um jornal egípcio, a "infiltração de judeus nos meios de comunicação internacionais".

Mesmo neste contexto, a designação de Hosni, que tem como principal rival nesta disputa a comissária europeia das Relações Exteriores, a austríaca Benita Ferrero Waldner, é praticamente um fato consumado na Unesco.


da France Presse, em Paris
Folha Online, 07/09/09


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