domingo, 20 de setembro de 2009

'Crise faz países priorizarem área social'

Em visita ao Brasil, economista indiano afirma que debate sobre saúde nos EUA mostra mudança de paradigma provocada pela crise

O debate nos Estados Unidos sobre a reforma na saúde é um dos maiores exemplos de que a crise econômica fez as questões sociais ganharem espaço, diz o economista indiano Alakh Sharma. O diretor do Instituto de Desenvolvimento Humano de Nova Déli veio ao Brasil para falar sobre os programas sociais da Índia e conhecer as ações brasileiras.

“Sabemos que os Estados Unidos estão dando grande importância à saúde”, afirma Sharma, “países desenvolvidos, que antes eram indiferentes ao papel do Estado na proteção social, repensaram este conceito”. Ele e o conselheiro da Comissão de Planejamento do governo indiano, Bhaskar Chatterjee, foram entrevistados para a série de entrevistas do IPC-IG (Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo), órgão do PNUD em parceria com o governo brasileiro.

Para Sharma, a crise trouxe uma mudança de paradigma, com a preocupação social para o centro das discussões públicas. Nos países em desenvolvimento, observa Chatterjee, cresce o número de programas de proteção social, como os de transferência de renda. “Essas questões têm um apoio político? Sim, hoje elas têm e precisam ter”, diz, “há uma enorme necessidade, uma enorme pressão de ONGs, organizações da sociedade civil e das próprias pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza”.

Ele reforça a importância de Brasil e Índia, ambos países emergentes, estudarem formas de saírem da crise com força econômica. “Os países em desenvolvimento estão pagando um alto preço por algo que não foi criação nossa, então tivemos de criar pacotes de estímulo às nossas economias”. “Acho que os países emergentes têm de dar as mãos, aprender um com o outro, olhar de perto quais são as nossas prioridades e interagir continuamente”, conclui.

Sharma ressalta que a proteção social nas regiões menos desenvolvidas é também a principal arma para superar a crise. “Os países do norte são capazes de enfrentar essa crise apenas porque a maioria deles oferece cobertura universal de seguro desemprego e outras formas de proteção social”, diz. “O dinheiro investido em proteção social, especialmente nas economias pobres do sul, aumentará o poder de compra e ajudará a combater a crise econômica”.

Acesse a entrevista na íntegra.


Pnud, Boletim nº 557, 14/09/09


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