quinta-feira, 16 de julho de 2009

Investimentos Exóticos: Fundo quer fazer fortuna com violinos raros ao som do Stradivarius

O Artist Rare Instrument Fund está tentando levantar US$ 100 milhões este ano junto a investidores interessados em apostar em ativos cujos valores não se movem de acordo com a ações e os bônus. O fundo, que fica em Nova York, vai comprar violinos, violas e violoncelos, segundo informou o sócio-geral Anthony Finley em uma entrevista em 8 de julho. Os instrumentos, fabricados por "luthiers" - profissionais que fazem instrumentos musicais - dos séculos XVII e XVIII, como o italiano Antonio Stradivari, criador dos disputados Stradivarius, vão custar entre US$ 1 milhão e US$ 10 milhões cada um, disse ele.

Os instrumentos mais cobiçados chegaram a se valorizar até 12% ao ano nos últimos dez anos, e seus valores não estão atrelados aos altos e baixos dos mercados de ações e de renda fixa, acrescentou Finley. O Fine Violins Fund, criado em dezembro, captou € 35 milhões (US$ 49 milhões), segundo François Mann Quirici, que está promovendo o fundo.

"Grandes músicos precisam tocar em instrumentos de primeira", disse Finley, 55, enquanto participava de um seminário sobre administração de fortunas promovido pela Opal Financial Group, em Newport, Rhode Island. "Esses instrumentos estão sempre em demanda." Finley é advogado, violinista e faz crítica de música para a revista "Strad". Existem ainda cerca de 600 a 700 Stradivarius autênticos, segundo o Cozio.com, um site que fornece informações sobre mais de 11 mil instrumentos.

Os retornos ajustados à inflação ficaram em média em 4,3% ao ano nas vendas de violinos entre 1850 e 2005. Já o retorno real sobre aqueles vendidos em leilões é de 2,9%, segundo estudo realizado este ano pela professora da Brandeis University Kathryn Graddy e Philip E. Margolis, da Cozio Publishing. "Acredita-se que os melhores violinos são vendidos por comerciantes, e não em casas de leilões", escreveram eles no estudo.

O fundo de Finley pode comprar ou adquirir participações de controle em instrumentos de músicos renomados. Os instrumentistas mantêm a posse e continuam usando os instrumentos, com seus cachês contribuindo para o eventual valor de venda, diz Finley.

Christophe Landon, 50, comerciante e fabricante de violinos, e Edward Papier, 55, administrador de fortunas de Lexington, Massachusetts, também são sócios do Artist Rare Instrument. Eles e Finley receberão uma taxa de administração anual de 1,5% e 25% dos lucros quando os instrumentos forem vendidos. A aplicação mínima é de US$ 1 milhão e não se pode mexer no dinheiro por cinco anos. (Tradução de Mário Zamarian)


Cristina Alesci, Bloomberg
Valor Online, 16/07/09


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