quarta-feira, 24 de junho de 2009

Supermercados exigem auditoria sobre origem da carne

Além de terem suspendido a compra de carne bovina de 11 frigoríficos envolvidos em desmatamento, Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart solicitam um plano de auditoria independente que assegure a procedência dos produtos

As três maiores redes de supermercados do País - Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart - decidiram suspender, desde a semana passada, as compras de carne bovina de 11 frigoríficos envolvidos no desmatamento da Amazônia e que foram denunciados pelo Greenpeace e pelo Ministério Público do Estado do Pará. Entre as ações definidas pelas empresas, além da suspensão das compras estão a notificação dos frigoríficos e a exigência das Guias de Trânsito Animal anexadas às notas fiscais.

Como medida adicional, as três redes (que representam 38% do faturamento do setor supermercadista no Brasil) estão solicitando um plano de auditoria independente e de reconhecimento internacional que assegure que os produtos que comercializam não são procedentes de áreas de devastação.

O Wal-Mart já notificou seus fornecedores e está dando prazo de 30 dias para que as empresas apresentem planos de auditoria independente. Do total de carne comercializada mensalmente pela rede (4,5 mil toneladas), 12% eram provenientes do Pará.

"Este embargo não é definitivo. Vale até que se apresentem os primeiros planos de auditoria", destaca Daniela de Fiori, vice-presidente de assuntos corporativos e sustentabilidade do Wal-Mart. A rede também se comprometeu a não adquirir produtos de empresas que constem da lista do trabalho escravo do Ministério do Trabalho.

Ainda não foi criado um plano de comunicação para informar os consumidores sobre as medidas de suspensão de compra de carne produzida em área de desmatamento. "A médio prazo, a intenção é que se crie um processo para dar visibilidade", comenta Daniela.

O Carrefour informou que a decisão de suspender a compra da carne dessas regiões não provocou desabastecimento ou impacto nos preços do produto. Segundo a nota, a carne continua sendo identificada nas lojas da rede dentro dos padrões estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, com etiquetas dos frigoríficos fornecedores.

Já o Grupo Pão de Açúcar adotou o programa Tear, com o objetivo de adotar melhores práticas de produção e comercialização de carnes, baseadas em políticas de respeito aos direitos trabalhistas e de preservação do meio ambiente.


Andrea Martins
Meio & Mensagem Online, 23/06/09


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