segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Avaliação participativa

Ricardo Wilson-Grau *
Publicado pelo
redeGIFE Online em 11/02/08

Eu avalio os programas das organizações que estão comprometidas com a mudança social: inovação, sistemas de modificação, estruturas de transformação e relacionamentos de poder. Eles querem entender o impacto de suas atividades, mas aceitam que o tempo entre a ação e o efeito, e a extrema dificuldade de atribuição fazem com que seja quase impossível medir as mudanças permanentes e sustentáveis nas vidas das pessoas ou no meio ambiente. Portanto, nós avaliamos os resultados que são anteriores ao impacto.

Os 1.800 membros da Global Water Partnership (GWP), por exemplo, pretendem melhorar a gestão integrada de água em 60 países para aliviar a pobreza e contribuir para o desenvolvimento sustentável. O processo da GWP envolve muitos atores governamentais, das empresas e da sociedade civil, nos níveis global, regional e nacional, cujos relacionamentos estão mudando constantemente.

Além disso, as muitas variáveis – econômicas, políticas, sociais, tecnológicas e ecológicas – às quais as parcerias globais, regionais e nacionais de água estão sujeitas significam que as influências fora do trabalho da GWP podem ter mais efeito sobre os resultados do que aquelas dentro do trabalho da GWP. Os objetivos finais levarão décadas para serem atingidos.

A contribuição da GWP para os resultados é, portanto, de causalidade não linear: embora tenha refletido sobre os objetivos originais e os planos para alcançá-los, a GWP pode, no máximo, controlar as suas próprias atividades e, muitas vezes, até mesmo essas são modificadas por circunstâncias externas. Os resultados e os impactos são amplamente incontroláveis e imprevisíveis.

Nós usamos, portanto, uma definição de resultado desenvolvida pelo Canadian International Development Research Center: as mudanças em outros atores sociais que juntos representam um padrão de mudança em direção ao uso sustentável da água. Apenas quando pessoas ou instituições mudarem seu comportamento, as mudanças na sociedade ou no meio ambiente serão conseguidas. Esses resultados estão fora do controle da GWP, mas estão sob a sua influência.

Uma maneira tradicional de avalia um programa para fornecer água limpa para comunidades com a instalação de filtros seria contar os filtros instalados e medir as mudanças subseqüentes na qualidade da água. Uma avaliação que enfoque as mudanças no comportamento começa com a premissa de que a água não permanecerá limpa a não ser que as pessoas trabalhem para mantê-la assim. Ela, portanto, avalia se as pessoas responsáveis pela pureza da água ajudaram a criar leis e regulamentos corretos e a conscientização e compreensão da comunidade, e se usaram os meios corretos para monitorar e manter essa pureza.

A avaliação responde a três perguntas sobre a mudança:
• Os resultado: quem mudou o que, quando e onde? Identificamos as ações específicas e verificáveis em comunidades, resultado do trabalho da GWP. Essa explicação deve ser de fácil entendimento para terceiros.
• Qual é a significância de cada resultado?
• Que faceta do trabalho da GWP influenciou cada resultado? Como?

Duas perguntas adicionais são também geralmente respondidas:
• Existe alguma evidência de que os resultados contribuem para a melhoria sustentável da vida das pessoas em seu ambiente?
• Que lições foram aprendidas e podem melhorar a intervenção da GWP?

A metodologia que eu uso se baseia na Avaliação Focada na Utilização de Michael Quinn Patton. Os usuários principais usuários das descobertas da avaliação são os principais participantes dela. No caso da GWP, são os funcionários baseados na secretaria global em Estocolmo e nas 13 secretarias regionais e 60 secretarias nacionais, além dos representantes de agências governamentais, empresas e CSOs que formam as parcerias de água. Nós convidamos esses usuários para esclarecer os usos pretendidos da avaliação. Eles geralmente incluem:
• melhorar a compreensão compartilhada entre os parceiros da GWP e informar outras partes interessadas;
• apoiar e reforçar o trabalho contínuo da GWP;
• aumentar o envolvimento, autodeterminação e senso de propriedade dos usuários;
• fomentar a cultura de avaliação na GWP;
• construir a capacidade dos usuários;
• melhorar as comunicações entre eles e outros relacionados com o programa.

Depois que os usuários estão envolvidos, eles continuam a se envolver no projeto, coleta e análise de dados, definição de conclusões e formulação de conclusões para a ação.

Seja uma avaliação formativa ou somativa, descobri que quanto maior for o envolvimento dos usuários e quanto mais nós, avaliadores, servirmos como facilitadores em uma pesquisa conjunta, em vez de especialistas, melhor será a avaliação. Talvez mais importante, através de sua participação, os usuários desenvolvem a compreensão e o compromisso de implementar as recomendações da avaliação.

* Ricardo Wilson-Grau é um consultor especializado em avaliação.
Para obter mais informações: www.gwpforum.org

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Prêmio Inovação valoriza a aprendizagem

Ionice Lorenzoni
Publicado no site do
Ministério da Educação em 11/02/08

Os municípios que desenvolvem projetos inovadores na gestão de suas redes, com foco na qualidade da aprendizagem, terão este ano a oportunidade de mostrar suas experiências e concorrer a um prêmio de R$ 100 mil. É o que propõe a 2ª edição do Prêmio Inovação em Gestão Educacional promovido pelo Ministério da Educação, que vai distribuir R$ 1 milhão entre os dez municípios que se destacarem na qualidade da gestão.

Em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o MEC lança o Prêmio Inovação em Gestão Educacional em 19 de fevereiro. A inscrição de projetos será no período de 19 de fevereiro a 18 de abril. No lançamento do prêmio, os dirigentes municipais de educação receberão um guia e uma carta da comissão organizadora informando o código de acesso para o preenchimento do formulário de inscrição pela internet.

De acordo com o diretor do Departamento de Fortalecimento Institucional de Gestão Educacional da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), Arlindo Queiroz, o Prêmio Inovação articula dois objetivos: o reconhecimento público das boas práticas de gestão e sua divulgação no Banco de Experiências do Laboratório, na internet. Uma vez cadastrados no banco, os projetos premiados servirão de subsídio, referência, sugestão aos gestores municipais de todo o país. Arlindo Queiroz informa que o prêmio de R$ 100 mil entregue a cada um dos dez municípios com experiências mais significativas está vinculado à qualificação do projeto. A aplicação do recurso será monitorada pelo Ministério da Educação e, ao final, o município terá que prestar contas.

Qualidade
Na 2ª edição do Prêmio Inovação, cada município poderá inscrever um projeto em um dos seguintes grupos temáticos: gestão pedagógica, gestão de pessoas, planejamento e gestão (democrática, infra-estrutura e financeira), avaliação e resultados educacionais. Cada um dos temas, explica Arlindo Queiroz, está vinculado a um grupo de diretrizes do Compromisso Todos pela Educação, que integra o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Todos os temas, diz, têm como preocupação central a qualidade da aprendizagem.

O processo de seleção dos projetos terá quatro etapas, sendo que a penúltima será uma visita dos avaliadores aos locais onde se desenvolvem as experiências. O regulamento prevê a premiação de dez projetos, sendo três em gestão pedagógica, três em gestão de pessoas, dois em planejamento e gestão e dois em avaliação de resultados educacionais. Além do prêmio em dinheiro, o município receberá uma placa de participação e o dirigente municipal de educação participará de um evento de formação promovido pela Unesco. A entrega do prêmio será em 19 de novembro de 2008. Regulamento, inscrição, calendário e todos os detalhes do prêmio estão no Guia do Participante.

Na 1ª edição do Prêmio Inovação em 2006 concorreram 265 projetos de 13 capitais e municípios de 24 estados, das cinco regiões, sendo que 76% dos municípios tinham menos de 100 mil habitantes.

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Porto Alegre recebe 5º Fórum Mundial de Comunicação Social

Publicado no site do Fórum Mundial de Comunicação Social em 09/02/08

Responsabilidade social, publicidade e comunicação voltam a reunir, em Porto Alegre, em 2008, representantes de vários países durante o 5º Fórum Mundial de Comunicação Social, considerado o maior evento da área voltado a uma grande causa civil, social e humanitária. Realizado pela Associação Latino-Americana de Agências de Publicidade (Alap), o fórum irá debater o tema Ações de Sustentabilidade Ambiental entre profissionais e estudantes de marketing, propaganda, relações públicas e jornalismo.

O evento tem como objetivo avaliar e estimular o crescimento do terceiro setor, transmitir conhecimentos de marketing e premiar peças e campanhas de publicidade social e de bem público. O 5º Fórum Mundial de Comunicação Social será realizado no dia 25 de março, das 8h às 20h, no Salão de Atos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS).

Conforme o presidente do fórum, publicitário e sócio-diretor da GlobalComm Comunicação, agência especializada em comunicação integrada de marcas, Alexandre Brandão Skowronsky, o evento tem um papel fundamental na consolidação de uma cultura pró-ativa em relação às questões sócio-ambientais. “Nossa responsabilidade como cidadãos impõe a participação em ações e em projetos que possam decisivamente responder pela qualidade de vida de cada um de nós. Dessa forma, o fórum é uma ferramenta que coloca em nossas mãos oportunidades, discussões e alternativas em prol desses objetivos”, destaca.

Para participar do fórum, os interessados devem efetuar gratuitamente as inscrições por meio do www.forumcomunicacao.com.br a partir do dia 1º de dezembro. As vagas são limitadas. Pelo mesmo endereço podem ser efetuadas as inscrições para as premiações envolvendo peças ou campanhas de publicidade de cunho social e de bem público até o dia 10 de março. As mídias gráficas – anúncios sociais em jornais, revistas e outdoors; e eletrônicas – rádio, TV e internet, recebem o troféu Nestor de Paula. As categorias são: Produto, Varejo, Institucional, Comunicação/Educação, Turismo e Ecologia.

Criado em janeiro de 2003, por meio de uma proposta do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que em 2002 mandou representante para firmar protocolo de Intenções com a Alap, que tem sede em Porto Alegre. O fórum conta com diversos colaboradores para sua realização: Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), Associação Rio-grandense de Propaganda (ARP), Sindicato das Agências de Propaganda do Estado Rio Grande do Sul (Sapergs), Federação Nacional de Agências de Propaganda (Fenapro) e Conselho Nacional de Propaganda (CNP).

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Inscrições abertas para o Top Responsabilidade Social

Publicado no site do Forum Mundial de Comunicação Social em 09/02/08

O prêmio, criado para divulgar cases que possam servir de referencial para o mercado, amplia as possibilidades das companhias mostrarem o que estão fazendo de melhor na área e está com inscrições abertas até o dia 10 de março.

Os cases vencedores devem se destacar por sua força empreendedora, dignidade política, criatividade e competência, características a serem avaliadas por um júri de empresários, acadêmicos e profissionais de destaque na área do marketing e da publicidade e propaganda.

A iniciativa inovadora é uma das novidades do 5º Fórum Mundial de Comunicação Social, realizado no dia 25 de março de 2008, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre O Fórum tem como tema “Ações de Sustentabilidade Ambiental” e promove o debate em torno das ações das empresas em relação ao meio-ambiente.

O evento é promovido pela Associação Latino-Americana de Agências de Publicidade (ALAP), Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP), Federação Nacional de Agências de Propaganda (FENAPRO), Conselho Nacional de Propaganda (CNP), Associação Riograndense de Propaganda (ARP) e Associação Riograndense de Imprensa (ARI).

[O regulamento pode ser visto aqui.]

Mais informações no site: www.forumcomunicacao.com.br

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Ibmec SP cresce e amplia seu espaço

Stela Campos
Publicado pelo Valor Online em 11/02/08

Claudio Haddad, diretor-presidente do Ibmec SP, diz que só com infra-estrutura a escola investirá R$ 16 milhões
Foto Magdalena Gutierrez/Valor


Na época da construção do atual campus foram arrecadados R$ 10 milhões em doações de pessoas físicas, a maioria ex-alunos. Boa parte dos R$ 2,9 milhões disponibilizados no ano passado para o Fundo de Bolsas da escola também veio da contribuição dos antigos estudantes. A intenção da escola é criar laços tão duradouros com eles como acontece nas escolas de negócios mundiais.

O Ibmec São Paulo dá início a uma nova fase de expansão. Para acompanhar a crescente demanda de estudantes, a escola começa o ano com o anúncio da ampliação de sua estrutura física. Ela passará a ocupar até 2009 seis andares de uma torre, que começa a ser construída este mês ao lado do atual prédio, na Vila Olímpia. Com este anexo, aumentará em 60% sua área total e em 50% sua capacidade de receber alunos, com 13 novas salas de aula, no formato de anfiteatros. Apenas para equipar o novo espaço, a escola investirá R$ 16 milhões.

"Hoje estamos trabalhando com nossa capacidade máxima", diz Claudio Haddad, diretor-presidente do Ibmec São Paulo. A construção da torre, com dez andares, será financiada pelo fundo de investimento imobiliário Premier Realty, administrado pelo grupo Ourinvest. A previsão é de que a obra esteja pronta no início do ano que vem.

O prédio do Ibmec São Paulo, inaugurado em 2006, fruto de um investimento de R$ 42 milhões, tem 10 mil metros quadrados e abriga 27 salas de aula. Por elas, circulam mais de 3 mil alunos dos cursos de graduação, MBAs, mestrados e os customizados para empresas, de manhã até a noite, incluindo as tardes de sábado. Com o aumento da demanda, segundo Haddad, o espaço começa a ficar pequeno.

Desde 2005, a procura pela graduação no Ibmec cresceu 44,5%. "A relação hoje é de 24 candidatos por vaga na administração e 18 na economia", diz Haddad. Por enquanto, a escola não pretende se aventurar na graduação em direito, mas esse passo não está descartado para o futuro. "Ele precisa ser muito bem elaborado", explica.

Os MBAs, LLMs (mestrados em direito) e certificates (pós-graduação lato sensu) também tiveram um aumento de 29,76% na procura no ano passado. Em 2007, foram 3,4 mil candidatos em busca de uma vaga e 1,2 mil matriculados.

Para 2009, a escola pretende lançar um novo curso, o MBA Internacional. O objetivo é atrair executivos responsáveis pela direção de operações na região latino-americana. "Queremos integrar líderes de vários países", explica Irineu Gianesi, diretor acadêmico de programas executivos do Ibmec São Paulo.

Um dos objetivos da escola este ano é estreitar os laços com seus ex-alunos. Para isso, passa a disponibilizar para os alumni o serviço gratuito de orientação de carreira, que hoje é oferecido aos estudantes. Os ex-alunos também serão convidados a participarem de um programa de mentoring, para servirem de mentores dos alunos da graduação. A comunidade de alumni do Ibmec São Paulo reúne 3,8 mil ex-alunos.

Na época da construção do atual campus foram arrecadados R$ 10 milhões em doações de pessoas físicas, a maioria ex-alunos. Boa parte dos R$ 2,9 milhões disponibilizados no ano passado para o Fundo de Bolsas da escola também veio da contribuição dos antigos estudantes. A intenção da escola é criar laços tão duradouros com eles como acontece nas escolas de negócios mundiais.

Atingir um nível de excelência internacional está nas metas traçadas pela escola para os próximos anos. Em 2007, ela conquistou a certificação da AMBA (Association of MBAs), de origem européia e que reúne os melhores cursos do mundo. Agora, está em processo de certificação da AACSB (The Association to Advance Collegiate Schools of Business), um dos mais importantes credenciamentos internacionais americano, que existe há quase um século. "Este é um processo lento que exige uma série de ajustes internos", diz Haddad.

O principal foco de atenção da escola agora é nos professores. Hoje na graduação 73% são doutores ou PhDs e nos MBAs eles chegam a 58%. Ao todo, são quase 140 se revezando em todos os cursos, 22 atuando em tempo integral. "Queremos incentivar cada vez mais a produção de conhecimento e a publicação de artigos em revistas científicas internacionais", diz Haddad. "Já estamos acima da média, com cada professor de tempo integral produzindo ao menos um 'journal' por ano". A atuação de seu corpo docente é fundamental para que a escola consiga a certificação e entre para o seleto hall das escolas de negócios americanas.

O Ibmec São Paulo, desde 2004, pertence ao Instituto Veris, sem fins lucrativos. Portanto, não está vinculado ao Ibmec do Rio de Janeiro ou ao de Minas Gerais, que são administrados pela Veris Educacional, controladora também das faculdades IBTA, Inea e Uirapuru.

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Mídia on-line em crise nos sites de relacionamento

Spencer E. Ante e Catherine Holahan
Publicado pelo
Valor Online em 11/02/08

Se você quiser se relacionar com Chris Heritage, não vai encontrá-lo no Facebook. Esse analista de 27 anos de Port St. Lucie, na Flórida (EUA), entrou para a rede de relacionamentos no ano passado, depois que amigos insistiram que ele abrisse uma conta. Mas Heritage logo ficou irritado com a avalanche de anúncios, especialmente os que detalhavam o que seus amigos estavam comprando, e ele saiu do site em novembro. Agora, o analista se expressa através de um blog, contente em pagar US$ 6 por mês para operar em um site livre de propaganda on-line. "É uma alegria não ter que agüentar todos aqueles anúncios", diz ele.

Epa! As redes de relacionamento deveriam ser a próxima sensação da internet. MySpace, Facebook e outros sites vêm atraindo milhões de novos usuários, construindo cada vez mais endereços bancados por empresas, na ânsia de desencadear o boom do segmento de publicidade on-line. O problema é que o boom não está sendo mais um boom. Assim como Heritage, muita gente passa menos tempo nos sites de relacionamento, ou até mesmo se desconecta deles.

A geração MySpace pode estar ficando irritada com os anúncios e um pouco chateada com as páginas de perfis. O tempo médio que cada usuário passa nos sites de relacionamento caiu 14% nos Estados Unidos nos últimos quatro meses, segundo o instituto de pesquisas ComScore. O MySpace, a maior rede de relacionamentos da internet, caiu de um pico de 72 milhões de usuários em outubro, para 68,9 milhões em dezembro, segundo o ComScore. O número total de pessoas nesses sites ainda está crescendo a uma taxa de 11,5%, mas isso é bem menos que os índices de crescimento do passado. "As redes de relacionamento são a badalação mais exagerada da propaganda on-line", afirma Tim Vanderhook, presidente executivo da Specific Media, responsável por colocar anúncios de clientes em uma variedade de sites na internet.

A propaganda nos sites de relacionamento vem crescendo rápido. Em 2007, os gastos mundiais com anúncios nesses sites subiram 155%, para US$ 1,2 bilhão, segundo o instituto de pesquisas eMarketer. Este ano, o eMarketer prevê que o aumento será de 75%, para US$ 2,1 bilhões. Em uma previsão de lucros feita em 4 de novembro, a News Corp. passou um tom otimista para a Fox Interactive Media, responsável pelo MySpace.

Mas as previsões de crescimento alucinante podem se mostrar irreais. Além da redução do aumento do número de usuários e do menor tempo que eles passam nesses sites, os internautas também parecem estar respondendo cada vez menos aos anúncios, segundo vários anunciantes e empresas especializadas em publicação de anúncios na internet. Se os anunciantes não descobrirem uma maneira de reverter essa tendência, as redes de relacionamentos poderão acabar se transformando em um mercado de nicho no mundo publicitário on-line, desfazendo esperanças e avaliações do Vale do Silício.

O vigor da propaganda nos sites de relacionamento pode se mostrar exagerado nos contratos de anúncios exclusivos e experiências auspiciosas. O Google e a Microsoft, que competem frente a frente nesta seara, prometeram para uma série de sites um mínimo de receita publicitária, em troca do direito exclusivo de colocar anúncios nesses endereços.

Mas os resultados iniciais desses acordos são instáveis. Em 31 de janeiro, o Google disse que não iria gerar o volume de receita que esperava com os anúncios nos sites de relacionamento. O Google, que tem um acordo garantido de US$ 900 milhões com o MySpace para a inserção de anúncios junto com os resultados de busca, diz que as abordagens publicitárias existentes não estão funcionando bem nesses sites, pelo menos até agora. "Acho que ainda não descobrimos uma maneira genial de fazer propaganda e ganhar dinheiro com as redes de relacionamento", diz Sergey Brin, um dos fundadores do Google.

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Anúncios começam a incomodar internautas, que chegam a desistir de endereços como Facebook e MySpace
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Quando a News Corp. anunciou seus lucros, disse que as receitas da Fox Interactive Media cresceram 87%, para US$ 233 milhões. Mas US$ 62 milhões desse total vieram do acordo exclusivo do Google com o MySpace. Não está claro se o Google - que, segundo especialistas em propaganda está perdendo dinheiro com o contrato - vai assinar acordos parecidos no futuro.

Outro grande obstáculo à receita publicitária está vindo das companhias que fazem experiências com as redes de relacionamento, apontadas como uma nova mídia popular. Para algumas, os resultados não têm sido encorajadores. Muitas pessoas que freqüentam o MySpace, o Facebook e outros sites costumam prestar pouca, ou nenhuma, atenção aos anúncios, pois estão mais interessadas em bater papo com os amigos.

A redes de relacionamento têm algumas das menores taxas de resposta da internet, segundo anunciantes e empresas especializadas na colocação de anúncios na rede. Marqueteiros afirmam que apenas quatro dentre 10 mil pessoas que vêem seus anúncios nos sites de relacionamento clicam neles, em comparação a 20 entre 10 mil na internet como um todo. Mark Seremet, presidente da Green Screen, editora de videogames, parou de fazer propaganda no MySpace no segundo trimestre de 2007 por causa de uma taxa de resposta de 13 entre 10 mil. "É realmente muito difícil fazer dinheiro com uma taxa de cliques anêmica como esta", diz Seremet.

MySpace e Facebook reconhecem o problema, mas afirmam que um maior direcionamento e outras inovações vão incentivar os usuários a prestar mais atenção aos anúncios. No quarto trimestre de 2007, os dois sites lançaram programas que permitem aos marqueteiros estabelecer produtos para as pessoas em centenas de categorias de interesse, como moda e esportes. O presidente da News Corp., Peter Chernin, disse em 4 de fevereiro que as taxas de resposta melhoraram até 300% no MySpace. Owen Van Natta, diretor operacional do Facebook, diz que haverá mais experiências no futuro. "Há muitas inovações que precisam ser colocadas em prática", diz ele.

Mas há um ardil aí: programas de anúncios mais agressivos podem levar a uma maior frustração dos usuários. Ryan Lake, 34, acaba de sair do MySpace por causa dos anúncios. "Há muitos deles, e estão ficando cada vez mais impertinentes", afirma.

O Facebook, o segundo maior site de relacionamentos do mundo, que continua crescendo rapidamente, introduziu um programa de anúncios em novembro, chamado Beacon, que alerta os usuários para as compras que seus amigos estão fazendo, na expectativa de incrementar as vendas. Mais de 75 mil membros do Facebook assinaram um abaixo-assinado on-line pedindo o fim da iniciativa. Carol Kruse, vice-presidente global de marketing interativo da Coca-Cola, diz que embora acredite que os sites de relacionamento representem uma grande oportunidade, a companhia está evitando o Beacon por enquanto.

O MySpace também vem recebendo reclamações. Nina Pagani, uma estudante de 20 anos de Nova York, ficou furiosa no ano passado quando o MySpace começou a colocar automaticamente nas páginas dos usuários notificações sobre os produtos favoritos dos amigos. "A página pessoal que você tem no MySpace acabou se transformando em um anúncio", diz ela. Participante do MySpace por cinco anos, ela eliminou sua conta em dezembro. "Aquilo provocou um drama enorme na minha vida", diz. (Tradução de Mario Zamarian)

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OLPC quer produção de laptops no Brasil

André Borges
Publicado pelo
Valor Online em 11/02/08

Hélio Rotenberg, presidente da Positivo: "Ficamos frustrados com a decisão, mas estamos prontos para a próxima"
Foto Ivonaldo Alexandre/Valor


Vem aí o segundo round. Nem bem o Ministério da Educação (MEC) oficializou o cancelamento do pregão eletrônico para compra de 150 mil laptops educacionais, o Planalto já começa a se articular para mudar as regras do edital e tentar, mais uma vez, dar vida ao seu projeto Um Computador por Aluno (UCA). Reuniões entre líderes da iniciativa deverão ter início hoje, em Brasília.

A retomada do projeto estava planejada. Em entrevista ao Valor, César Álvarez, assessor especial da Presidência e coordenador do UCA, afirmou que se encontrou com o ministro da Educação, Fernando Haddad, e acertou que um novo edital será publicado entre 30 e 45 dias. "Foi uma decisão técnica-orçamentária, que não incide em nada sobre a proposta de se fazer uma experiência dessa magnitude, atingindo 300 escolas do país com o tema da mobilidade", disse. "Estamos trabalhando para modificar especificações técnicas que levem ao barateamento."

Uma das mudanças que o governo deve fazer diz respeito à exigência de três anos de assistência técnica, o que puxava o preço.

De volta à estaca zero, o prometido UCA volta a atrair a atenção das empresas, principalmente daquelas que perderam a disputa inicial para a Positivo Informática, fabricante que venceu a etapa inicial do processo e que há dois meses tentava bater o martelo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do MEC que realizou o pregão.

Agora, quem promete endurecer o jogo é a organização Um Laptop por Criança (OLPC, na sigla em inglês). Em entrevista ao Valor por telefone, David Cavallo, coordenador da entidade, disse que a OLPC está em busca de um fabricante no Brasil para bancar a produção do XO, como foi batizado seu equipamento. Braço direito do ex-professor do MIT Nicholas Negroponte, Cavallo participa desde 2005 de pesquisas em torno da idéia que ficou popularmente conhecida pela alcunha de o laptop de US$ 100. "Não somos uma empresa, mas como educadores queremos ver nosso projeto funcionando Brasil", comentou. "O país é fundamental para o projeto e por isso vamos ampliar nossas parcerias."

Hoje a OLPC tem um contrato mundial de produção com a chinesa Quanta. No Brasil, a entidade entrou no pregão do MEC representada pela Simm do Brasil, empresa com sede em Campinas que, segundo Cavallo, ficou responsável apenas pela distribuição dos equipamentos. A Simm foi procurada pela reportagem, mas não respondeu ao pedido de entrevista até o fechamento desta edição.

No ano passado, disse Cavallo, a OLPC chegou a conversar com vários fabricantes brasileiros sobre a possibilidade de produzir o XO no país, mas não houve acordo. "Na realidade, o que as empresas fazem no Brasil é a montagem de máquinas, ninguém produz nada, efetivamente." Ainda assim, o pesquisador lembra dos benefícios fiscais concedidos a empresas que montem máquinas. "Conhecemos as regras, e dessa vez vamos atrás dessa parceria", disse, sem dar nomes de companhias que poderiam assumir a produção no país.

Com a sua fabricação na China, o preço mais baixo que o XO alcançou no pregão brasileiro foi de R$ 104,5 milhões, contra os R$ 98,1 milhões atingidos pela Positivo e seu Classmate, máquina idealizada pela fabricante de chips Intel.

A reformulação de planos também está na pauta de quem, na última hora, decidiu ficar de fora do primeiro pregão. É o caso da indiana Encore. Há pouco mais de uma semana, diz Jakson Alexandre Sosa, diretor-presidente da Encore e da Comsat no Brasil, a subsidiária foi procurada por analistas do MEC para "novas análises laboratoriais" de seu produto, o Mobilis.

Em dezembro, a Encore não disputou o pregão eletrônico do FNDE porque seu equipamento não atendia especificações técnicas do edital. Uma delas era a exigência de um teclado acoplado ao equipamento. O Mobilis funcionava por meio de toque na tela. De qualquer forma, adianta o executivo, a Encore já trabalha para trazer ao país um segundo modelo de laptop para disputar o UCA e, desta vez, com teclado.

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