Brasileiros confiam na publicidade, diz Nielsen
Consumidores daqui demonstram maior confiança na publicidade, seja em televisão, jornal, revista, internet e outdoor, quando comparados com Estados Unidos, França, Reino Unido, Argentina, Japão e China. Estudo foi feito com 25 mil pessoas em 50 países
Quando comparados com habitantes de alguns dos principais países do mundo, os brasileiros demonstram um alto nível de confiança na publicidade. Os dados são de uma pesquisa sobre Confiança na Publicidade que a Nielsen fez pela internet com 25 mil pessoas de 50 países, sendo 501 delas no Brasil.
Um dos aspectos do estudo analisou o quanto as pessoas confiam em publicidade em cada uma das mídias. Os anúncios em revistas, por exemplo, recebem a "Total Confiança" de 19% dos brasileiros, contra 10% dos argentinos, 5% dos norte-americanos, chineses e franceses, e 3% de japoneses e britânicos. Do mesmo modo, 57% dos brasileiros "Confiam de alguma maneira", contra índices parecidos em outros países. Os mais céticos estão na França, onde 42% "Não Confiam Muito" e 14% "Não Confiam Nada".
Essas quatro escalas (entre aspas) foram aplicadas às outras mídias. Em anúncios de jornal, 17% dos brasileiros confiam completamente, o melhor índice na comparação com os países citados. A média global para esta escala foi de 7%. Em spots de rádio, 14% dos brasileiros também confiam completamente, contra somente 3%, por exemplo, de Estados Unidos e Japão. A publicidade em mecanismos de busca é totalmente confiável para 9% dos brasileiros, e confiável em parte por 53% deles, sendo que somente 5% não confiam nada. Os franceses, por exemplo, tem 19% de pesquisados que não confiam nada, e apenas 2% dos norte-americanos e britânicos confiam totalmente. As peças de outdoor são completamente confiáveis para 13% dos brasileiros, contra 4% de norte-americanos, franceses e britânicos e mero 1% dos japoneses.
A mídia que atrai a maior parte dos investimentos em publicidade no mundo, a televisão, traz resultados ainda melhores para o anunciante daqui. É de 21% a proporção de brasileiros que confia totalmente nos comerciais e 57% os que confiam em parte. Somente 19% não confiam tanto e 4% não confiam nada. Como base de comparação, nos Estados Unidos somente 6% confiam totalmente, e na França e Japão o índice cai para somente 5%. Mas ninguém supera os britânicos em ceticismo, com 4% de confiança total.
Força do boca a boca
No contexto global, a Nielsen destacou que as formas de publicidade mais confiáveis são as recomendações de pessoas conhecidas e opiniões postadas pelos consumidores na internet. O estudo mostra que nove a cada dez consumidores de internet acreditam em recomendações de conhecidos, e sete em cada dez apostam nas opiniões postadas no online, o mesmo índice válido para as informações contidas nos sites das próprias marcas.
"A explosão da mídia gerada pelo consumidor nos últimos dois anos traz a tendência de confiança no marketing boca-a-boca durante o processo de decisão, tanto vindo de conhecidos quanto de desconhecidos na web", apontou em comunicado Jonathan Carson, presidente da unidade Online da Nielsen Company.
Ele aponta também que todas as outras formas de publicidade, com exceção dos anúncios de jornais, experimentaram um aumento no grau de confiança. E o maior crescimento na confiança, na comparação com a primeira pesquisa do gênero, realizada em abril de 2007, foi por parte dos patrocínios, com índice de confiança saltando de 49% para 64% hoje. A América Latina é a melhor região de confiabilidade em patrocínios, com 79% de brasileiros que acreditam neste tipo de publicidade, contra apenas 33% na Suécia, por exemplo.
Uma surpresa do estudo diz respeito sobre a efetividade do humor na publicidade brasileira. Perguntadas se eles costumam achar engraçados os comerciais que se propõe a ser assim, 38% dos brasileiros concordam fortemente ou concordam, 31% nem concordam e nem discordem, e 30% discordam ou discordam fortemente. O índice de discordância no Brasil é o maior entre os principais países. Na França, por exemplo, 20% discordam ou discordam fortemente, e o índice é de 13% nos Estados Unidos, 8% na Argentina, 14% no Reino Unido, e 16% no Japão.
Felipe Turlão
Meio & Mensagem Online, 07/07/09
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