Especialistas defendem a importância de novas tecnologias em favor das mudanças sociais
Pensar a transformação, a visão integral e complexa dos seres humanos como pessoas, além dos valores que possuem na conta bancária. Esse foi uma das questões debatidas na primeira mesa redonda da Conferência Internacional Ethos 2009, que aconteceu entre os dias 15 e 18 de junho.
Rosa Alegria, moderadora do debate, abriu o debate falando sobre os processos mentais e interativos intensificados pelas novas tecnologias da informação. “Somos influenciados pelos valores coletivos, temos uma vida integral. Mas o marketing vê hoje o consumidor de uma forma fragmentada. A própria palavra “consumidor” é anacrônica. Não sou mais só um algo que consume, mas que interage.”
De acordo com Rosa Alegria vivemos um tempo que necessidade não é somente de uma mudança nas relações da comunicação publicitária, mas de realmente reinventar as regras do marketing. “Por que a propaganda não se pauta pela felicidade ao invés da infelicidade? É preciso investir nas pessoas e naquilo que elas têm de bom. A economia precisa mudar, se desmaterializar, para satisfazer as reais necessidades humanas.”
Penido concordou com o poder da comunicação e abordou vários aspectos que apontam para uma transformação profunda nas formas sociais de comunicação e retransmissão de conhecimento e informação. “A comunicação tradicional é vertical, unidirecional, traz poucas fontes e é de fácil controle. Já a comunicação contemporânea é horizontal, em rede, plural e difícil de controlar.” Ou seja, com as novas possibilidades de manejamento, produção e difusão popularizadas pela internet, os veículos de massa não são as únicas fontes de informação.
“Toda a transformação pode acontecer pela consciência, ou pela ciência. Ou pelos dois. A ciência nasce da natureza e sobre a natureza você não tem vontade, você não pode escolher. Ela te pune”, reflete Ricardo Guimarães sobre a necessidade de conscientização dos processos de produção de bens de consumo e de serviços. O presidente da Thymus Branding ressaltou que antes a transparência das empresas com relação ao impacto sob o meio ambiente era uma questão de escolha, de virtude. “Agora significa uma capacidade de competir no mercado, saiu do plano moral. É o cenário. Tudo comunica. Comunicação é um exercício de identidade.”, disse.
Já a honestidade parece se refletir nos indicadores de credibilidade junto aos clientes. De acordo com Barbara Dubach, a disponibilidade das empresas em ouvir as reclamações e acolher as expectativas de seus consumidores é cada vez mais valorizada e tida como um fator de pré-avaliação daqueles que pensam em adquirir produtos de determinada empresa. “O poder de ouvir, de empenhar a sua palavra e de construir parcerias são itens essenciais. Os fatos devem corresponder ao discurso empresarial.”
De acordo com José Fonseca é essa mesma a missão da MTV. O compromisso de levar os jovens a processos de conscientização numa linguagem própria e identificada com o público. “Existe um paradoxo desesperador. O jovem nunca teve tanto acesso à informação, mas nunca foi tão individualista. Essa é uma questão muito latente para a MTV. Como quebrar esse fenômeno?”
Para esclarecer seu questionamento, Fonseca exibiu vídeos de campanhas da MTV em favor do consumo consciente, da responsabilidade social, sexual e campanhas de mobilização, como esta aqui: http://mtv.uol.com.br/publica/blog/como-ser-um-consumidor-um-pouco-consciente
Serviço:
Conferência Internacional Ethos 2009
www.ethos.org.br/Ci2009
Camila Caringe,
Setor3, 23/06/09
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