quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Fundação Bienal vai divulgar arte do Brasil no exterior

Com convênio de R$ 1,8 mi com o MinC, instituição oferecerá editais para que artistas realizem residências, publiquem livros e participem de mostras fora do país

A partir do próximo mês, a Fundação Bienal de São Paulo se transformará em uma agência de divulgação da arte brasileira no exterior. No início de março, serão divulgados quatro editais que permitirão a concessão de verbas para artistas realizarem residências artísticas, participarem de mostras e publicarem livros com subsídios da Fundação, através de um convênio que foi firmado com o Ministério da Cultura (MinC).


“No ano passado, visitamos a Inglaterra, a França e a Espanha e conhecemos os órgãos daqueles países que fomentam a arte no exterior e achamos que esse tipo de ação tem a ver com a Bienal, que produz muitos vínculos entre a produção nacional e o exterior”, diz Heitor Martins, presidente da Fundação Bienal.

Segundo o diretor de estudos e políticas culturais do MinC, Afonso Luz, o convênio com a Bienal foi possível por conta da Portaria 61, assinada pelo ministro da Cultura, Juca Ferreria, em agosto de 2009, criada com “o objetivo de estabelecer instrumentos à internacionalização da arte contemporânea brasileira”.

“A Bienal foi a primeira entidade a apresentar uma proposta de convênio, mas iremos estabelecer outras parcerias”, contou Luz à Folha.

No total, o MinC está repassando R$ 1,8 milhão à Fundação Bienal, que irá alocar, como contrapartida, mais R$ 200 mil para o PROJETO, sendo que o total deve ser gasto até o fim do ano. Serão disponibilizados prêmios de R$ 10 mil para que 50 artistas participem de mostras, R$ 12,5 mil para 15 residências artísticas e R$ 25 mil para apoio a 15 publicações em línguas estrangeiras.

As solicitações deverão ser feitas diretamente pelos artistas no site da Bienal, que também será lançado no próximo mês. O programa prevê ainda 20 prêmios de R$ 6,5 mil para textos acadêmicos que abordem arte contemporânea brasileira e economia da arte, além de três estudos a serem encaminhados ao MinC: o mercado de arte no exterior, a circulação de obras de arte e o regime tributário.

Com isso, a Fundação Bienal se torna uma espécie de Conselho Britânico, órgão público inglês que fomenta arte no exterior. E o que levou o MinC a terceirizar essa função? “Esse é um debate de uma década atrás. Se o setor público quiser fazer tudo sozinho, ele já não consegue. Parcerias são necessárias e a Bienal tem sido a ponta de lança da arte brasileira no exterior”, afirma Luz.

Além de lançar esse novo programa, Martins comemora o pagamento de todas as dívidas da Fundação, de cerca de R$ 4 milhões, além de ter R$ 9 milhões em caixa, com a garantia da captação de R$ 20 milhões, o que chegará perto dos R$ 30 milhões (orçamento da 29ª Bienal de São Paulo, programada para setembro).


Comunicação Social/MinC, 17/2/10


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