Rui Barbosa e a mobilização de recursos
Recebi de um amigo a anedota abaixo que me fez pensar na conversa de ontem, na Expo Brasil Desenvolvimento Local, sobre como ser comunicativo - tendemos a falar a linguagem do nosso grupo, usando jargões, termos técnicos, siglas e conceitos que para nós parecem óbvios... Mas se quero comunicar bem, tenho que falar uma "língua" que o outro seja plenamente capaz de compreender. Divirta-se com a historinha e aproveite para refletir um pouquinho sobre como vem se comunicando...
Conta a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação.
Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o, quando este tentava pular o muro com os patos, disse-lhe:
- Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas, sim, pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei, com minha bengala fosfórica, bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
E o ladrão, confuso, diz:
- Dotô, resumino... eu levo ou deixo os pato???"
Por um bom tempo mantive colado na parede na frente da minha mesa de trabalho um papel onde estava impressa em letras bem grandes a velha máxima da publicidade que ouvi pela primeira vez na faculdade: "Em publicidade, pouco importa o que você diz. O que importa mesmo é o que outro ouve". A máxima é da publicidade, mas serve para toda comunicação, não?
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