4G e publicidade no celular serão alvo de discussões
Taís Fuoco
Publicado por Computerworld em 11/02/08
Agora que o Brasil engatinha para entrar na terceira geração, com banda larga móvel e videochamadas, o que esperar da quarta geração de telefonia móvel? Ainda que pareça cedo falar disso, o assunto será um dos principais temas do Mobile World Congress, que acontece a partir desta segunda-feira (11/02) em Barcelona (Espanha) reunindo operadoras e fabricantes de equipamentos de todo o mundo.
Analistas que acompanham o setor também esperam debates sobre o uso do celular como plataforma publicitária e as implicações que esse movimento terão na privacidade das pessoas. O assunto ganha ainda mais notoriedade após o anúncio da oferta da Microsoft pelo Yahoo, de 44,6 bilhões de dólares, tendo como um dos focos a exploração desse filão publicitário.
“É preciso tomar muito cuidado com esse movimento para não corrermos o risco de ver o mesmo nível de spam que hoje temos nos desktops transferidos para o celular”, aponta Guilherme Ieno Costa, advogado especializado em telecomunicações da Felsberg e Associados.
O mercado publicitário aguarda ansiosamente a possibilidade de explorar o filão da telefonia móvel, cuja base de usuários é muito maior que a de TVs, por exemplo, e cujos anúncios podem ser muito mais customizados e, por isso, eficientes.
A questão é contar com a concordância do consumidor. A possibilidade inserir anúncios para custear a oferta de alguns serviços que, desta forma, ficariam gratuitos para o consumidor, é atraente a todos, desde que seja feita com a anuência do assinante para não atrair a sua ira contra a operadora, pondera o advogado.
Em relação à quarta geração, o que se verá – seja qual for o padrão tecnológico predominante – será muito mais largura de banda. “A banda vai se tornar uma coisa não mais perceptível, simplesmente estará lá, disponível”, acredita Petronio Nogueira, responsável pela área de mídia e tecnologia da Accenture.
Para ele, o que vai acontecer, de fato, é que “vai se ampliar muito mais a cadeia de empresas dentro da oferta de aplicativos” e, com isso, com certeza o modelo de divisão de receitas com as operadoras terá de ser revisto, na opinião tanto de Nogueira como de Costa.
Um dos desafios também citado pelo analista da Accenture é a criação de aplicativos no ritmo em que a oferta de largura de banda acontece. “Hoje o salto na velocidade oferecida no celular cresce mais rapidamente que a oferta de produtos e serviços”, ponderou.
Por isso, uma das questões que mais intrigam os players desse mercado é: o que oferecer para justificar tanta banda? O que faz sentido para o usuário? Por qual serviço ele está disposto a pagar?
A transferência de dinheiro pelo celular, transformando o aparelho em uma carteira virtual, já fez parte dos debates na edição 2007 do evento, mas será alvo de outro seminário na versão 2008, já que muitas questões ainda geram dúvidas em relação a esse assunto.
O combate às fraudes na telefonia móvel também será alvo de discussão neste ano. O assunto interessa particularmente ao Brasil, como lembrou Costa, já que a regulamentação local obriga as operadoras a pagarem a taxa de interconexão para a outra operadora (que completou a chamada) mesmo que ela não consiga receber a conta do cliente.
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