Varejista suíço compra biocombustível do PR
Assis Moreira
Publicado pelo Valor Online em 04/09/07
A Migros, a maior rede de supermercados da Suíça, vai distribuir biocombustível produzido por agricultores de Capanema (PR), que é apresentado como o "primeiro a contemplar princípios ecológicos e igualitários". O grupo suíço se comprometeu a importar 1,5 milhão de litros de por ano, mas o volume pode aumentar na medida em que os suíços aceitarem pagar 60 centavos de franco suíço a mais por litro do produto.
O projeto foi montado pela empresa de comércio justo Gebana, de Zurique, para garantir preço melhor aos agricultores que ajudam no combate ao desmatamento e na preservação de florestas.
Desde 2002, a Gebana trabalha com 350 famílias na cidade de Capanema, dando consultoria e apoio na produção de soja para evitar danos ao meio ambiente.
Pelo acordo com a rede de supermercado Migros, a Gebana busca atrair consumidores para encomendarem o produto pela Internet, pagando 60 centavos de franco suíço a mais por litro.
A Migros, através de sua filial Migrol, garante então a importação da mesma quantidade encomendada pela Internet, que será misturada à gasolina, mas vendida pelo preço do diesel normal.
Ou seja, o consumidor ecológico paga na Gebana 2,35 de franco suíço (US$ 1,96) por litro do biodiesel brasileiro e vai se abastecer no posto da Migrol, que venderá a todos o produto misturado pelo preço normal de 1,75 franco suíço.
Do valor adicional pago à empresa de comércio justo, 30 centavos irão para os agricultores, 23 para financiar custos de desenvolvimento e marketing e 7 centavos para custear o projeto no Brasil.
Assim, quanto mais interessados houver em apoiar o projeto, maior será o volume de importação. A iniciativa com os produtores de Capanema ainda é um projeto-piloto, mas reflete a crescente conscientização ecológica entre os suíços. Em Genebra, muitas famílias aceitaram pagar mais pela energia elétrica para estimular projetos de energia solar.
A ONG suíça Aliança Sul faz avaliação "muito positiva" sobre o projeto "porque mostra outro caminho de produzir biocombustivel sem devastação ecológica". Estudo financiado pelos suíços constatou que o biocombustivel brasileiro produz 70% menos emissões nocivas do que o diesel convencional.
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